sábado, 12 de novembro de 2011

Tributo ao Sol

 Impensável, saber que materialmente você não está aqui para compartilhar dessa conquista que não é só minha, é também fruto da sua dedicação e amor.
Neste momento me remeto aquela música do legião Urbana que diz: “ É tão estranho, os bons morrem jovens, assim parece ser quando me lembro de você, que acabou indo embora.”
Não importa o tempo que você esteve aqui, o que importa é saber que a intensidade do seu amor me tornou o que sou e a sua ausência me ensinou que sou vulnerável e destrutível, portanto mais forte.
Saiba que eu te amo, mesmo sem a sua presença material.
Só faço questão de uma coisa: não deixe de brilhar, com seus raios em mim tudo é mais fácil.

sábado, 29 de outubro de 2011

Tarefa difícil: aceitar e se deixar sentir

O pior que pode acontecer a uma feminista é se apaixonar, isso nunca fez bem as mulheres, principalmente quando paramos de negar e enfrentamos peripécias sentimentais que a nós estão reservadas.
Não se trata em fazer de nossas problematizações, pensamentos soltos, loucos e infundados. Contudo, aceitar que nossa fisiologia parece ter previsto esse turbilhão de sentimentos que mais parecem passeios em uma montanha russa.
Aponto minha inaptidão frente ao desafio de fugir do sentir. Definitivamente não quero fingir apatia nem frigidez, quero mesmo é aprender com os meus muitos erros lidando com minhas frustrações cotidianas provenientes dos meus amores. Uma vez que internalizei que os indivíduos são formas externas a minha e não correspondem a sintonia por semelhanças em comportamentos e pensamentos.
Ordem do dia: O outro é, portanto o outro, porém querer vivenciar e sentir o outro é muito saudável.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Dalila e Sansão

O nome Dalila tem origem no hebraico e significa mulher dócil e fraca, contudo numa perspectiva machista e reducionista a conotação é de mulher sem aporte moral, inescrupulosa que entregou seu suposto “amor” à prisão.
Devo dizer que discordo de tal significado pejorativo, até porque é um ato de força se desprender sentimentalmente de um laço afetivo por mais tênue que o mesmo seja. Pensar sobre Dalila e tantas outras mulheres que abriram mão de amores para conquistar outras coisas e status diversos, sem falar nas mulheres que são capazes de exercer a maternidade sem a presença física do sexo oposto é inerente a condição atual de rompimento ou aceitação dos paradigmas culturais religiosos que fazem dessas mulheres exemplo do que não se fazer. Fato é que julgar Dalila como mulher traiçoeira me faz pensar que mulheres têm o dom de articular pensamentos e arquitetar planos em maior precisão que os homens, existiria aí, o perigo contra hegemônico?
Gostaria de propor a revisão e crítica acerca desses exemplos mitológicos, religiosos que nos orientam para o reducionismo irrefletido que, por exemplo, aponta Amélia como a personagem adequada que deve ser seguida, pois, a mesma se submeteu às traições de seu marido. Pensar que mulher queremos ser ou não assumindo uma postura de Pagú mulher à frente seu tempo...

domingo, 5 de junho de 2011

Par de chinelos

 Um tempo atrás emprestei um par de chinelos cor de rosa para um affair, situação cômica, pois, resolvemos mutuamente não nos encontrarmos mais, entretanto não nos comunicamos tal resolução. Sempre nos esbarramos por ai e executo a cobrança para reaver meu par de chinelos cor de rosa, mas o futuro é sempre incerto e nebuloso, nunca se tem certeza dos desfechos das situações.
  Uma noite de bebida com os amigos nos encontramos e eis que surge a oportunidade de buscar meu par de chinelos... não havia ( pelo menos de minha parte) intenções libidinosas, até porque depois de certas experiências a mim impostas, tendo a me afastar de envolvimentos dessa natureza.
            Essa visita ao affair nos possibilitou conversar sobre nosso afastamento e se tornou um momento de reencontro corporal no qual nos sujeitamos um ao outro novamente. Interessante salientar que não nos descobrimos apaixonados um pelo outro, mas conseguimos perceber que há possibilidades em nossos encontros como distrações bem agradáveis.
            Bom seria ter que buscar outros pares de chinelos por ai...

sábado, 28 de maio de 2011

Amor ou posse?

Quando se termina um relacionamento independente das circunstâncias é impossível se desligar totalmente instantaneamente, como se fosse um botão que liga e desliga ao nosso comando o que facilitaria muito nossas vidas! Mas o que me traz a escrever sobre isso é a complexidade envolvida nesse processo de término de relacionamentos, principalmente quando envolve a clássica frase: O Problema não é você, sou eu... Quando alguém pronuncia essa frase não tenho dúvidas quanto a sua veracidade, o problema realmente está com a parte oposta. Todavia, nem sempre a oposição está convicta desta decisão, ou então pior, pode ser uma estratégia de auto valorização no relacionamento. De qualquer forma a questão da posse fica evidente, pois é encarada como traição a inserção em outras relações, pois ainda pertencemos ao indecis@ que nos deixou. Uma perspectiva indubitavelmente machista! Mas sendo feminista e agindo em oposição a essa hegemonia masculina é necessário aceitar as provocações? Como desconstruir esse paradigma da posse? Se a oposição tem problemas, por que não dialogar sobre o assunto e resolver civilizadamente sem recorrer aos sinais primitivos de comunicação, como apenas expressões faciais? Como podem ver são questões deveras complexas e confusas...

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Amor leviano, amor servil

Uma música de Cazuza traz um trecho em especial o qual gostaria de aludir e se trata: “ser seu pão, ser sua comida, todo amor que houver nessa vida...” Quem não viveu algo dessa natureza? Muitos dos meus amigos e conhecidos discutem comigo acerca dessas relações que são de cunho avassalador e tórrido, numa síntese que chega a causar torpor.
    Falando de minha própria experiência relembro que há uns anos atrás vivi algo semelhante, de maneira tão intensa inserindo o objeto do meu amor em minha vida imaginando que não conseguiria manter meu bom espírito sem o mesmo. Interessante que escrevendo esse texto consegui aferir o tempo passado e assustei-me com o resultado, não percebi que havia se passado tanto.
      Todavia muito ainda está presente, num livro que abro nos planos que eu esboço, nos amigos que encontro por ai... Sempre vem de alguma forma a lembrança desta experiência. Fato, não ousei sentir novamente o relatado acima, pois minhas relações se baseiam no esteio familiar e amistoso, onde a linha entre confiança e bem estar então intimamente imbricadas, já no que tange as relações libidinosas, a linha entre desapego e diversão é tênue, nesse sentido, não proponho que se extingam as relações amorosas, e sim que tenhamos clareza de que somos vulneráveis a esses acontecimentos, entretanto não necessariamente se deva abdicar de metas, relações com amigos e familiares e orientar-nos no sentido de dedicação exclusiva ao nosso objeto de amor, entendo que os mesmos não nos pertencem, portanto vão permanecer ao nosso alcance o tempo que desejarem. Importante é sem duvida vivenciar essas experiências de forma intensa, captando todos os ensinamentos provenientes da convivência sem marginalizar o centro de nossas vidas, o eu individual.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

O que nos leva a casualidade?

Hoje li uma crônica de Arnaldo Jabor intitulada “O sexo atual” no jornal O Dia, me peguei refletindo sobre suas palavras e conclui que de fato, eu mesmo me inclino com mais facilidade às relações descartáveis, pois nelas, não há cobranças, comportamentos acordados socialmente, enfim... Mas devo concordar que a carência é inerente a minha existência também. Amigos e ocupações parecem suprir com louvor, todavia, nem sempre me sinto satisfeita e realizada, e seria interessante sim ir ao cinema, teatro, passeio ao parque acompanhada. O que me impede de aceitar essas relações compromissadas transcendem as programações culturais e sim um lema “namorados não trazem sucesso, mas o sucesso traz namorados”, nesta perspectiva, imagino que o melhor é cuidar da carreira, satisfação profissional e social, antecedendo relações mais densas, o que provavelmente continuarei me esquivando mesmo depois de alcançado o sucesso.
Após refletir, continuo a me questionar, por que a dificuldade em trocar afeto está tão presente em nosso cotidiano? Por que não queremos nos comprometer? Inferi que deva ser pelos entraves representados por essas relações encaradas por nós como algemas da vida, onde as decisões são limiares entre a solidão e a vivência e par.

terça-feira, 29 de março de 2011

Ideias revolucionárias

Algumas vezes me perguntam por que não quero me relacionar com alguém... Que fique claro, eu nunca disse isso, enfim, explicando essa tendência revolucionária de enxergar as relações principalmente neste âmbito de socialização, a inferência que faço é aproveitar os momentos decorrentes e propiciados por oportunidades que podem não se repetir, sem a preocupação com rótulos e convenções sociais, apenas a vivencia, mesmo que mínima, entendendo a filosofia cronológica, de que tudo tende a um fim e deriva de certo começo, sem parâmetros comparativos que examinem o sucesso relacional, até porque o sucesso não se caracteriza pela duração e sim pela intensidade e experiência que se internaliza quando ocorre a dissociação dual. Nesta perspectiva não intento espantar ninguém nem incomodar-me com intenções libidinosas, nem selecionar através de concepções pré determinadas de beleza, enfim, a intenção é aproveitar a virilidade de corpos musculosos, a intensidade de uma intelectualidade mais experiente, a disposição de um atleta e até mesmo a boemia de um bêbado, enfim, o que interessa é como materializar o desapego às convenções sociais e se entregar a parte da vida que não necessariamente precisa ser planejada.

domingo, 27 de março de 2011

Experiências

Um dia desses alguém me perguntou por que as mulheres preferem os homens canalhas, aqueles que são bem descarados... Bem eu respondi dentro da minha perspectiva naquele momento, dizendo que as mulheres preferem os homens em que podem confiar, aqueles em que se podem depositar sentimentos sem que os mesmos se sintam encurralados entre outras observações. Entretanto uma última experiência me incitou a pensar a respeito de indivíduos com características de desapego, e conclui que é mais fácil lidar com pessoas declaradamente escusas do que com quem se imagina serem pessoas para doação de afeto. Isso porque com o individuo sem compromisso, as expectativas ficam as claras e não há, portanto necessidade de jogos de sedução e pormenores... Pois está evidente o que se esperar do outro, sendo assim o importante é aproveitar e se deleitar nos momentos de intensidade provenientes dessa relação com validade esclarecida.
Com o certinho, todavia, é difícil saber o que se esperar e todos os movimentos têm que ser pensados, porque os mesmos estão em constante avaliação do que o lado oposto está pensando além de apresentar a prepotência como característica, pois pensam que são seres elevados e que todas (os) estão sujeitos a se apaixonarem por eles. Isso porque talvez tenham sido bem tratados... Mas me diga: Alguém fica com inimigo? Imaginando que todos merecem respeito, a questão perpassa por um simples caminho: eles se sentem a última Skol gelada do deserto...
Car@s leitor@s o importante é se valorizar e ser feliz sem contar com o que os infelizes que nos perderam estão pensando, e mesmo se protegendo de pessoas com as características mencionadas, aceite apenas que cada uma passa por nossas vidas e cumprem um fim, e nenhuma é de fato igual à outra, o certo é apenas ser feliz só ou tentando estar acompanhad@.  

quinta-feira, 10 de março de 2011

Individualidade e suas necessidades

    O desejo individual de felicidade se apresenta de várias formas, existem diversas formas de amor, afeto e paixão, que não se limitam a um relacionamento que pode até conter data de validade, o que baseia esse sentimento de plenitude e satisfação pode se manifestar infinitamente variável como: a realização profissional, as relações familiares, pequenos prazeres como degustar um pedaço de torta de chocolate, ou até mesmo oportunidades de percorrer o mundo conhecendo suas muitas faces. Nossas limitações psicológicas nos impelem a acreditar que somos dependentes emocionalmente e que para alcançar a almejada meta de felicidade precisamos nos cercar de um par romântico, um step.   
    Intrigante é pensar no que torna essa necessidade tão latente, visto que transcende o fator fisiológico. O social perspicazmente contribui para tal fundamento entendendo a necessidade do cumprimento do papel social. Mas porque nos deixamos ultrajar pela necessidade da presença alheia? Porque não nos contentamos com todos os outros tipos de satisfação e fazemos dessa parte um momento a ser vivido e descoberto sem pressão e medo do desconhecido não atender o planejado?
      Individualmente pensando, pessoas são constituídas por planejamentos, metas, desejos, bagagem cultural, educação proveniente das inter relações que ultrapassam as familiares e todos são produtos mutáveis e concordantes ou não com os fatores influenciadores, entretanto, pessoas se entendem incapazes de prosseguir suas vidas individualmente por sentirem necessidade constante de um par romântico (ou mais de um). É forma egoísta de viver, pois havendo o individuo (a) considerado par, temos a capacidade de responsabilizar o comportamento alheio pela nossa própria insatisfação... Mas como evidenciado, há a necessidade da presença, mas ela traz um contentamento pleno e completo? Por que é tão imperiosa a imposição desse paradigma? Será possível esse rompimento? Interessante a convivência romântica contribuir para a realização individual e se fazer fundamental no decorrer da vida.

Lady Bauer

Casamento: paradigma ou paradogma?

              Casamento: paradigma ou paradogma ?

    Estava pensando nas situações cotidianas as quais estamos expostos devido a nossa cultura e contexto histórico e algo me chama de fato atenção é a forma como a qual o casamento é encarado e vivenciado, essa formalidade presente em outras diversas culturas e religiões exerce papel integrador ou desconstrutor do que se entende por felicidade.
     Interessante é que os anos passam o status co se altera, mas, a necessidade do casamento continua latente a existência humana como se não fosse possível constituir a maternidade ou paternidade de acordo com os preceitos fisiológicos que apontam para a reprodução. Constituir família através do casamento é além de ascensão social, forma de estabilidade financeira, emocional e garante integridade aos sentidos pscicologicologicamente sensíveis das pessoas.
     Através de relatos de pessoas próximas, fazendo entrevistas aqui acolá, observando atentamente essa relação persistente que é o casamento concluo que a sociedade está condicionada e permanecer acreditando que o “ felizes para sempre” acontece com o advento do casamento.
     Muitas mulheres lutaram e se manifestaram inversamente a essa perspectiva, mulheres de iluminação feminista, que acreditavam na força de independência feminina, capazes de se destacarem no trabalho intelectual e manual, conseguiram o direito de dizer não ao casamento se afastaram da segurança social oferecida por tal. Contudo ainda é perceptível a filosofia Disney do príncipe encantado, da mulher perfeita para ser dama e mãe. Atualmente a necessidade de casamento ainda é latente, como constituir família? Quando encontrar a pessoa certa vou me casar e terei logo meu bebê?
Mas o intrigante mesmo é: Como é a pessoa certa? Sim porque do jeito que se coloca a frase a impressão que se tem é a de que existe uma receita, uma foto de proximidade e que o (a) individuo (a) deve seguir, ou aparentar para ser o excelente par perfeito. Todo esse desempenho para cumprir um pacto social, um papel social implícito a nossa cultura e que ainda não conseguimos romper com tal paradogma, transcender e evoluir para atuações críticas comportamentais capazes de entender e a essência das inter relações que ultrapassam convenções e podem ir a favor ou contra o planejado perfeito cultural. Em alguns locais estar casado (a) é sinal de auspiciosidade, ou seja, o casamento está relacionado à sorte e felicidade. No ocidente acredita-se no poder do divorcio e os casamentos são efetuados até de forma leviana, enfim a felicidade depende mesmo de um posicionamento culturalmente proposto? Será que romper com esse paradigma orientador cultural também leva a satisfação pessoal?

Lady Bauer