terça-feira, 26 de julho de 2011

Dalila e Sansão

O nome Dalila tem origem no hebraico e significa mulher dócil e fraca, contudo numa perspectiva machista e reducionista a conotação é de mulher sem aporte moral, inescrupulosa que entregou seu suposto “amor” à prisão.
Devo dizer que discordo de tal significado pejorativo, até porque é um ato de força se desprender sentimentalmente de um laço afetivo por mais tênue que o mesmo seja. Pensar sobre Dalila e tantas outras mulheres que abriram mão de amores para conquistar outras coisas e status diversos, sem falar nas mulheres que são capazes de exercer a maternidade sem a presença física do sexo oposto é inerente a condição atual de rompimento ou aceitação dos paradigmas culturais religiosos que fazem dessas mulheres exemplo do que não se fazer. Fato é que julgar Dalila como mulher traiçoeira me faz pensar que mulheres têm o dom de articular pensamentos e arquitetar planos em maior precisão que os homens, existiria aí, o perigo contra hegemônico?
Gostaria de propor a revisão e crítica acerca desses exemplos mitológicos, religiosos que nos orientam para o reducionismo irrefletido que, por exemplo, aponta Amélia como a personagem adequada que deve ser seguida, pois, a mesma se submeteu às traições de seu marido. Pensar que mulher queremos ser ou não assumindo uma postura de Pagú mulher à frente seu tempo...