sábado, 21 de fevereiro de 2015

Cicatriz

Quando comecei a escrever e postar aqui, estava sofrendo por amor. Inevitável a percepção, pois em cada linha estava estampada e a minha incoerência e autocritica pelo desejo de ser uma heroína ao invés de um espectro frágil. Algum tempo se passou, aliás muito tempo se passou... E, me peguei lembrando de uma conversa com uma mulher um pouco mais experiente, dessas que aparentam ser indestrutivelmente fortes. Essa mulher incrível relatou que sofreu por amor e usou a expressão "catei cavaco várias vezes", o interessante é que ela não parecia se incomodar com essas marcas. Eu sempre me incomodei com as minhas cicatrizes. Não há de fato, modo correto de comparar. São marcas indeléveis que compõem o que eu sou hoje, aliás, o que estou hoje (grande sacada da língua portuguesa). Quanto tempo eu demorei para entender que é necessário, que não há uma escolha sensata e que no final o que prevaleceu foram meus instintos, enquanto estava assustada e me escondendo atrás do meu orgulho. Não importa, passou... Não te vejo, não te escuto, não te sinto, não te percebo... restou somente uma marca entre tantas outras.